MVP: Minimum Viable Product ou Mínimo Produto Viável, a sigla queridinha das startups alcançou status de celebridade e hoje faz parte do vocabulário de todas empresas que desejam de alguma forma inovar na criação de seus produtos.
Imagine que você vai lançar um novo produto do zero. Você começa com a ideia base, cria e descreve cada uma das funcionalidades, faz o planejamento completo de tudo que você quer colocar no produto antes de começar o desenvolvimento.
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Depois disso, você começa efetivamente o desenvolvimento, e após um período – geralmente longo – coloca o seu novo produto no mercado, e só então começa a ver e entender como o mercado reage ao seu novo produto.
E se o mercado não reagir bem ao seu produto, se inicia mais um ciclo de planejamento, desenvolvimento, entrega, para depois tentar validar novamente o produto no mercado, e esse ciclo nem sempre funciona.
Criar grandes produtos requer habilidade, dedicação e disciplina, mas requer também tomada de decisão.
Decidir quando contratar, quando lançar, para quem, o que construir e também como construir esses produtos.
No fim das contas, o seu produto é definido pelas escolhas que você faz.
Diferente de grandes empresas que não pensam seus produtos (ou não validam seus produtos) pensando no consumidor final, aqui é onde as empresas que dão certo se destacam.
Ao tomarem grandes decisões e assumirem as consequências dessas decisões, elas se abrem para a inovação. Aceitam errar – errar rápido e corrigir para evoluir – e com isso conseguem entregar muito mais valor aos seus consumidores, e são reconhecidas por isso.
E é justamente nisso que o MVP (Mínimum Viable Product, ou Mínimo Produto Viável) vem para ajudar as empresas a alcançarem esse objetivo.
As características de um Mínimo Produto Viável
O MVP tem 3 características básicas
- Entrega valor suficiente (que seja perceptível) para que as pessoas comecem a utilizá-lo
- Demonstra benefícios suficientes para reter usuários iniciais
- Fornece um ciclo de feedback para orientar o desenvolvimento futuro
Mas como exemplificar essas 3 características? Veja a imagem abaixo:
Explicando a abordagem tradicional:
- A primeira entrega do produto foi somente uma roda, não gerou valor, tampouco benefício para os possíveis consumidores.
- O produto voltou para a prancheta, e sua próxima entrega foram duas rodas conectadas por uma prancha, que também não satisfez as necessidades dos clientes.
- A terceira entrega já foi algo mais palpável, mas ainda tinha problemas (sem direção, sem teto, sem vidros): entregava pouco valor e pouco benefício.
- A última entrega finalmente acertou, entregando um carro completo: entregou valor e benefício aos consumidores
Agora pense, a empresa que desenvolveu o produto dessa forma alcançou seu objetivo em relação ao mercado e aos seus consumidores, mas a que custo?
Quanto tempo e dinheiro foi investido nesse processo para alcançar o resultado?
Isso era possível na maior parte dos casos pois antigamente o ritmo de mudança dos mercados era lento. Isso significa que o mercado estaria provavelmente igual mesmo após um longo período. Além disso, as possibilidades tecnológicas eram limitadas e caras.
Explicando a abordagem MVP:
- A primeira entrega foi um Skate: entregava pouco valor e benefício pra grande maioria da pessoas, mas ao utilizar o conceito de MVP, forneceu um ciclo de feedback onde os consumidores podiam dizer à empresa o que eles estavam achando.
- A segunda entrega foi um Patinete: entregou um pouco mais de valor e benefícios, mas os consumidores ainda não estavam satisfeitos
- A terceira entrega foi uma Bicicleta: melhorou a forma de locomoção, mas os clientes ainda procuravam por algo que não precisasse de tanto esforço para se locomover a grandes distâncias
- A quarta entrega foi uma Motocicleta: resolveu o problema de grandes distâncias, deixou muitos clientes satisfeitos (entregou mais valor e benefícios), mas ainda tinha alguns problemas como: conforto e proteção contra o mal tempo
- A quinta entrega foi um Carro: reuniu tudo que tinha de melhor, aproveitou todos os feedbacks anteriores e entregou um produto que gerou valor e benefício.
Ou seja, com um processo rápido e de validação e feedback contínuo, foi possível entregar muito mais valor e benefício em um tempo muito menor, gerando um retorno maior.
Isso é essencial nos dias de hoje pois o ritmo das mudanças dos mercados é extremamente alto, e o consumidor pode já ter uma nova solução para sua dor quando você entregar seu produto.
Em contrapartida, as possibilidades tecnológicas são cada vez maiores e ficam cada vez mais baratas, fazendo com que o processo de MVP torne o processo de desenvolvimento, teste, entrega e validação cada vez mais rápido e assertivo.
Agora pense, o que viria depois do carro, caso o ciclo de feedback continuasse?
O que NÃO É um MVP
O MVP não é simplesmente um produto mínimo. Não é como se tivéssemos somente 3 semanas para desenvolver, e começássemos a cortar funcionalidades por isso.
Um MVP é baseado em interação, iteração, entender as necessidades dos consumidores e suas dores.
Mas muitas vezes, principalmente quando estamos criando algo realmente novo, aparece alguém dizendo: “Meus consumidores não sabem o que eles querem, não preciso deles no processo de criação” do meu produto.
E isso realmente pode acontecer. Você pode estar criando algo tão novo que seus consumidores realmente não vão entender o que você está criando.
Nesse ponto, ao invés de perguntar sobre funcionalidades, você deve perguntar como eles estão gastando seu tempo, que soluções eles estão usando para resolver suas dores?
A partir dessa análise, de entender quais são as dores reais dos seus consumidores, e como seu produto pode resolvê-las, é que você vai conseguir criar algo realmente novo, e assim validar com eles, mostrando valor, benefício, e gerando um ciclo de feedback para orientar o desenvolvimento futuro.
As perguntas essenciais para um bom MVP
Para a criação de um bom MVP, algumas perguntas são essenciais no processo:
1 – Qual a visão do MVP: aqui estamos falando somente da visão do MVP, e não do produto como um todo. Pense no MVP a ser construido dessa forma: o que estamos tentando entender?
2 – Declaração de Resultado: O que você acha que esse MVP deve alcançar em termos de resultado?
3 – Métricas para validação de hipóteses: como você sabe quando deve pivotar (mudar) e quando continuar? O que determinaria o sucesso ou fracasso? Quais dados devemos coletar?
4 – Personas e plataformas: devemos identificar personas para todo o produto. Para a tela do MVP, identificamos o conjunto menor de personas em que estamos focando nesta iteração. Uma iteração MVP também visa apenas uma ou duas das plataformas para o produto geral. não tem como alvo todas as plataformas de uma só vez. (Exemplo: a iteração 1 segmenta a Persona X e apenas no Android)
5 – Jornadas: Para essa iteração, declaramos quais jornadas dos usuários serão aprimoradas por este MVP. (Exemplo: “A Persona X deve convidar um amigo para o Aplicativo Android” e “O amigo, ao receber o convite e utilizar o Aplicativo Android, notifica o amigo que convidou’).
6 – Funcionalidades: devemos criar a lista de funcionalidades que serão testadas nesse MVP. Mas é uma lista completa? Depois de preencher os outros blocos de construção do MVP, revisamos a lista e adicionamos os recursos que estão faltando, ou removemos os que não tem sentido.
7 – Custo e cronograma: analisando os recursos que precisamos construir para este MVP, qual é o custo e o cronograma?
Conhecendo o MVP Canvas
Agora que você já entendeu como um MVP funciona e o que você deve considerar na hora de iniciar um novo projeto com MVP, vou explicar como utilizar o MVP Canvas para colocar sua ideia no papel de forma visual.
Seguimos o princípio do design centrado no usuário. Ao criar o MVP, devemos considerar os usuários e suas jornadas. Devemos trabalhar nas ações que melhoram ou simplificam suas vidas.
Mas isso não é tudo. Também devemos explorar o caso de negócios desenvolvendo uma hipótese que podemos testar com o MVP. Isso nos ajudará a entender se estamos realmente avançando, se estamos realmente alcançando os resultados desejados ou aprendendo.
O MVP Canvas conecta os recursos do MVP com a hipótese de negócios.
Visualizando e criando o seu MVP Canvas
Após você ter as 7 principais perguntas respondidas, é hora de preencher seu Canvas. Precisamos traduzir a resposta das 7 perguntas para o seu MVP Canvas. Conheça o formato dele na imagem abaixo:
Mas como traduzir a resposta das 7 perguntas essenciais do MVP para meu Canvas?
Pra te ajudar nessa tarefa, eu criei um modelo onde você responde algumas perguntas que te direcionam ao preenchimento do Canvas de forma simples.
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Esse Canvas do seu MVP pode ser feito de diversas formas: escrevendo no computador, escrevendo no papel, imprimindo e colando post-its por cima, a forma que você achar mais conveniente.
A grande vantagem de utilizar uma forma mais “visual”, é que lembra a todos da equipe tudo que deve ser pensado e executado dentro do MVP. Coloca a equipe no mesmo patamar de informação e contribui para o bom andamento do projeto.
Uma dica é Imprimir em e deixar bem visível em um local de fácil acesso para tornar essa experiência mais assertiva. No kit para download, além da versão para auxiliar no preenchimento, disponibilizamos a versão para impressão em folhas A3 e A4. Aproveite!